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Resumo Histórico do Batalhão

Publicado: Segunda, 06 de Novembro de 2017, 13h05 | Última atualização em Quinta, 12 de Janeiro de 2023, 12h56 | Acessos: 9816

Resumo Histórico do 19º Batalhão de Caçadores

 

O 19º Batalhão de Caçadores (19º BC), Batalhão Pirajá, teve sua origem no 11º Regimento de Infantaria (11º RI), sediado em Salvador/Bahia, conforme Decreto-Lei nº 13.916, de 11 de dezembro de 1919. Após tomada as providências para a sua criação, o 19º BC foi organizado e instalado no Forte de São Pedro, também nesta cidade, no dia 16 de janeiro de 1920.

Sua origem histórica tem dois ramos na sua formação: um, completamente baiano, cujas raízes confundem-se com as primeiras tropas surgidas em solo brasileiro, e o outro de origem paulista. Isso porque a sua unidade formadora, o 11º RI, se constituiu do 50º Batalhão de Caçadores (Salvador/Bahia) e do 11º Regimento de Infantaria (São Vicente/São Paulo).

Tomando por base apenas a vertente baiana, a qual o Batalhão tem mais afinidade, suas raízes estão atreladas à constituição do Terço da Bahia, tropa criada em 1642, cuja missão era guarnecer as fortalezas que protegiam Salvador, então capital da colônia portuguesa.

As Organizações Militares que deram origem ao 19º BC atuaram em inúmeros teatros de operação em favor da soberania e da integridade do território nacional.

Durante o século XIX, destacam-se a participação dos ancestrais do 19º BC na Guerra da Independência da Bahia, durante 1822 e 1823, por intermédio do 3º Batalhão de Caçadores a Pé, o famoso “Batalhão dos Periquitos”, tropa integrante da Legião da Bahia; na Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai, entre 1865 e 1870, por meio do 16º Batalhão de Caçadores; na Campanha de Canudos, através do 16º Batalhão de Infantaria, em 1894, integrando a 3ª e 4ª Expedições organizadas pela República para combater o movimento messiânico liderado pelo beato Antônio Conselheiro no sertão baiano.

Nesta fase, foi memorável o desempenho dos seguintes Vultos Históricos Notáveis que guardam ligação com o 19º BC por terem servido ou lutado ao lado de tropas que vieram a se transformar, por mudança de denominação, no Batalhão Pirajá, como:

 - Maria Quitéria de Jesus - a insigne heroína nacional acha-se ligada à vida do Batalhão Pirajá por inúmeros e significativos laços. Ela integrou o 3º Batalhão de Caçadores a Pé, o “Batalhão dos Periquitos”, durante a Guerra da Independência da Bahia. Tamanha é a ligação entre Maria Quitéria e o “Batalhão Pirajá”, que no estandarte do Batalhão, dentre sua heráldica, o campo verde simboliza o “Batalhão dos Periquitos” e uma das duas estrelas douradas representa Maria Quitéria.

 - o Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro, teve seu batismo de fogo, ainda como Tenente, em 3 de maio de 1823, nas lutas travadas na Bahia em prol da consolidação da independência do país, lutando ao lado da Legião da Bahia e de outras tropas que vieram a se transformar no Batalhão Pirajá.

 - General Alexandre Gomes de Argolo Ferrão Filho – o Visconde de Itaparica, aclamado como o maior soldado baiano de todos os tempos, o Marechal Argolo comandou a 1ª Divisão de Infantaria em Tuiuti e realizou a decisiva manobra desbordante pelo Chaco Paraguaio. Ocasião em que, quando consultado pelo Duque de Caxias sobre a possibilidade de construir uma estrada através daquele terreno desbordando a Fortaleza de Humaitá, principal ponto de defesa e de controle da navegação no rio Paraguai, proferiu a célebre frase, lema do nosso Batalhão: “Se for possível, está feito; se for impossível, vamos fazê-lo!”.

Com a atual denominação, na década de 20 do século passado, o 19º BC participou de várias campanhas internas em favor da Garantia da Lei e da Ordem combatendo os movimentos tenentistas em São Paulo, na Revolta Paulista de 1924, ocasião em que ficou conhecido como o “Batalhão dos Baianos”; nos estados da região Sul do país, de 1924 a 1925; e no combate a Coluna Prestes no Nordeste do país, de 1925 a 1926.

Também no Século passado, na década de 30, a tropa do 19º BC atuou na Paraíba e na Bahia durante a Revolução de 1930; esteve novamente em solo paulista para combater as forças que apoiaram a Revolução Constitucionalista de 1932; em Pernambuco, para debelar o levante que se convencionou chamar de Intentona Comunista de 1935; e atuou na Guerra do Pau de Colher, em Casa Nova, sertão baiano, em 1938, contra um movimento religioso, semelhante ao de Canudos.

Em 1943, com o objetivo de melhor atender a operacionalidade da guarnição, o 19º BC foi transferido do Forte de São Pedro para as atuais instalações no bairro do Cabula, naquela época, bucólica região com inúmeras chácaras de laranja e a Represa do Cascão.

Durante a Segunda Guerra Mundial, em dezembro de 1944, enviou um contingente a Itália para fazer parte da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e prestou relevantes serviços de esforço de guerra na guarda da nossa costa marítima, tendo entrado em posição várias vezes no litoral baiano por dias seguidos.

Em 1950, foi chamado a intervir para ao restabelecimento da ordem em Belém, no estado do Pará, devido a rebelião da Força Pública contra o governo daquele Estado.

 A 18 de agosto de 1953, em justa homenagem, com o objetivo de cultuar a memória e os feitos heroicos dos bravos desta Organização Militar, o Presidente da República sancionou o Decreto nº 33.578, denominando o 19º BC como “Batalhão Pirajá” e criando o respectivo estandarte, que relembra as lutas travadas pela Restauração da Bahia, os seus heróis e as vitórias de um povo livre.

Neste século, merecem destaque as seguintes atividades em que o 19º BC participou empregando tropa:

- Operação de Garantia da Lei e da Ordem nos estados da Bahia, em 2001, e de Pernambuco, em 2017;

- Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) nos anos de 2006, 2010, 2011 e 2012;

- Segurança dos grandes eventos desportivos ocorridos no Brasil: Copa das Confederações, em 2013, Copa do Mundo FIFA de Futebol, em 2014, e Olimpíadas, em 2016; e

- Operação São Francisco VI, integrando a Força de Pacificação do Exército no Complexo da Maré no Rio de Janeiro, em 2015;

 Além das atividades militares citadas, que caracterizam o Braço Forte do 19º BC, a organização tem uma respeitada lista de serviços prestados pela Mão Amiga, entre eles a atuação em atividades de natureza subsidiária e humanitária, tais como:

- Atendimento médico-odontológico às comunidades carentes do Semiárido, por intermédio da realização de Ações Cívico-Sociais (ACISO);

- Fiscalização da distribuição de água potável, por intermédio da Operação Carro-Pipa, desde o ano 2001 até os dias atuais;

- Recolhimento de óleo nas praias do nosso litoral baiano, em 2019, durante a Operação Amazônia Azul;

- Participação na Operação Acolhida, em 2020 e 2022, nas cidades de Manaus-Amazonas, e Boa Vista e Pacaraima, no estado de Roraima, prestando o auxílio humanitário aos imigrantes venezuelanos em situação de vulnerabilidade; e

- Apoio aos órgãos que compõem o sistema de proteção e defesa civil, seja para debelar incêndios, seja para prestar o suporte logístico às vítimas das enchentes, como ocorrido no sul e extremo sul da Bahia, em dezembro de 2021 e janeiro de 2022.

O Batalhão também participa dos programas sociais desenvolvidos pelas Forças Armadas e outras Instituições, como o Projeto Soldado-Cidadão e o Programa Forças no Esporte (PROFESP) e apoia as atividades de equoterapia e de escotismo, abrigando em suas instalações o Centro Yuri Guimarães Brito e o Grupo Escoteiro Duque de Caxias, respectivamente.

Ao completar 103 anos, os atuais Caçadores do Pirajá revigoram suas forças nos valorosos soldados baianos que estabeleceram a independência na Bahia, lutaram no Paraguai, atuaram em Canudos e em outros rincões deste Brasil, combateram nos campos gelados da Itália e estabilizaram o Haiti.

 

PIRAJÁ!

BRASIL ACIMA DE TUDO!

“SE FOR POSSÍVEL, ESTÁ FEITO; SE FOR IMPOSSÍVEL, VAMOS FAZÊ-LO!”

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